�ltima Edi��o
Especial 2021
Especial 2021

Saúde

SAIBA MAIS SOBRE CONVULSÕES

  • Pedro Savino
  • Convulsão é um tipo de crise em que o paciente geralmente desmaia (perde a consciência), acompanhado de abalos musculares, salivação oral e cianose (roxeamento da pele). Tal crise costuma ter a duração de poucos minutos, seguida de gradativa recuperação do paciente. O médico neurologista Dr. Pedro Savino dá mais detalhes sobre esse distúrbio, e explica as formas de tratamento.

    PRIMEIROS SOCORROS
    PRIMEIROS SOCORROS


    �


    �

    A convuls�o � uma maneira de o c�rebro reagir � presen�a de uma les�o ou disfun��o em sua estrutura, ou a certas anormalidades do nosso organismo. � uma crise de ocorr�ncia repentina, iniciada por altera��es nos impulsos eletroqu�micos nos neur�nios, que s�o as c�lulas cerebrais.
    O neurologista Dr. Pedro Savino explica que a convuls�o � um sintoma tanto de les�es estruturais ou disfun��es cerebrais, quanto de altera��es metab�licas e funcionais do organismo. “Qualquer les�o que afete o c�rebro pode causar convuls�es, como por exemplo, infec��es, tumores, traumatismos, acidente vascular cerebral (AVC), etc. Tamb�m altera��es metab�licas do organismo, excesso ou diminui��o de concentra��o de glicose, ou de s�dio, ou excesso de ureia no sangue, assim como certas intoxica��es por envenenamento, podem afetar o funcionamento cerebral e causar convuls�es”, destaca.
    As crises convulsivas, segundo o Dr. Pedro Savino, s�o classificadas em dois grandes grupos: as generalizadas e as focais. “As generalizadas s�o decorrentes de descargas de impulsos eletroqu�micos que j� de in�cio, afetam todo o c�rebro simultaneamente, e o paciente perde a consci�ncia seguido de outras manifesta��es, enquanto as crises focais iniciam-se por descargas em uma determinada localiza��o do c�rebro. Na crise focal, o paciente pode, por exemplo, repuxar um canto da boca ou alguma extremidade de um membro, sendo que a seguir a crise pode ou n�o generalizar-se”.
    O neurologista afirma que uma vez cessada a causa da convuls�o, esta pode n�o mais repetir-se. “Por�m, h� pessoas que apresentam convuls�es que se repetem no decorrer da sua vida (mesmo sem causa aparente), neste caso configurando-se um quadro de epilepsia”.

    TRATAMENTO

    De acordo com Dr. Pedro Savino, o primeiro passo para o tratamento de pacientes que sofrem crises convulsivas � descobrir a causa das crises. Isso se d� atrav�s da realiza��o de exames apropriados, como exames de imagem (tomografia computadorizada ou resson�ncia magn�tica de cr�nio), exame de eletroencefalograma e exames de laborat�rio.
    �“Se o paciente estiver com uma les�o cerebral como um tumor, ou um co�gulo, provavelmente vai precisar passar por uma neurocirurgia para a retirada da les�o, quando for indicado. Se n�o for encontrada uma les�o ou altera��o que justifique a ocorr�ncia da convuls�o, ou se o paciente apresentar repeti��o das convuls�es durante sua vida ter� de ser tratado com medicamentos anticonvulsivantes (antiepil�pticos) de uso cont�nuo, por tempo vari�vel”.

    SOBRE OS PRIMEIROS SOCORROS QUE DEVEM SER PRESTADOS AO PACIENTE NO MOMENTO DA CONVULS�O, O M�DICO EXPLICA QUAIS PROCEDIMENTOS DEVEM SER FEITOS:

    “A convuls�o � uma ocorr�ncia comum, pode acontecer em qualquer ambiente, a� as pessoas que est�o por perto podem assustarse sem saber o que fazer. A primeira coisa a fazer (mantendo a calma) � proteger o paciente convulsivo para ele n�o se ferir. O paciente deve ser deitado de lado para evitar aspirar secre��es ou v�mitos, ser retirado de sua boca algum poss�vel material que esteja obstruindo sua respira��o, ser protegido de ferir a pele do corpo ou cabe�a frente a superf�cies duras durante as contra��es musculares, ser colocado um peda�o enrolado de pano limpo ou len�o entre seus dentes para evitar mordedura da l�ngua (com cuidado, pois durante a crise o paciente frequentemente cerra os dentes com for�a, podendo morder e ferir a m�o do ajudante). Ap�s os primeiros socorros � necess�rio acionar o SAMU para conduzir a pessoa ao hospital.
    Contudo, quando o paciente encontra-se no meio de seus familiares, j� sabidamente epil�ptico antigo, que tenha sofrido uma convuls�o fraca, de curta dura��o, e que tenha j� se restabelecido, n�o h� necessidade de ser transferido ao hospital, em virtude de ser j� uma ocorr�ncia de rotina neste paciente”, explica.

    O Dr. Pedro Savino relata que a convuls�o em si geralmente n�o deixa sequelas nem leva � morte, a n�o ser que a crise se torne muito prolongada, ou que venha acompanhada de outras complica��es, como aspira��o de v�mitos ou restos alimentares, ou se a crise esteja acompanhada de outras manifesta��es doentias, como poss�vel processo infeccioso ou t�xico. “O que pode levar � morte s�o as circunst�ncias que cercam a ocorr�ncia da convuls�o: se a pessoa sofrer uma convuls�o enquanto estiver nadando, dirigindo um ve�culo, atravessando uma avenida movimentada de ve�culos, ou se sofrer uma queda violenta, isso pode ocasionar a morte. A convuls�o em si, raramente leva � morte”, salienta.

    O neurologista refor�a a necessidade de se saber a causa da convuls�o para se realizar o tratamento adequado. “Nem sempre o paciente que apresenta convuls�o sofre de epilepsia. Se for descoberta a causa das convuls�es, e se esta causa puder ser eliminada, o paciente tem grande chance de n�o se tornar epil�ptico”, finaliza.

    �

    Renato Rodrigues Delfraro

    © 2019 Foco Magazine. Todos os direitos resevados.