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Especial 2021
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Saúde

COLESTEROL - Os cuidados que precisam ser tomados na prevenção e no controle da doença

  • Jos� Ronaldo Alves
  • O médico cardiologista Dr. José Ronaldo Alves dá algumas dicas sobre como prevenir e controlar o colesterol. Ele fala sobre a importância da medicação para pacientes que tem colesterol alto, como forma de evitar doenças cardiovasculares.

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    O colesterol � um tipo de gordura que circula no sangue ligado a lipoprote�nas. Ele � dividido em fra��es: a LDL-c, que � a fra��o ruim, a que causa aterosclerose, que � o ac�mulo de gordura nas art�rias. AHDL-c que � uma fra��o protetora, e a VLDL-c que � outra fra��o derivada dos triglic�rides, que � um outro tipo de gordura no sangue. Cerca de 30% dos brasileiros tem colesterol alto. Entre os jovens, de 12 a 17 anos, a taxa � de 20%.

    O m�dico Dr. Jos� Ronaldo Alves diz que da taxa de colesterol no sangue cerca de 70% vem do f�gado e 30% vem da alimenta��o. Depois de passar pela circula��o sangu�nea, o colesterol precisa ser retirado novamente pelo f�gado. Uma pessoa magra pode ter colesterol alto. Isso porque os n�veis de colesterol no sangue dependem da taxa de remo��o do colesterol pelo f�gado. Leva-se muitos anos para uma placa de “gordura” se desenvolver e, com isso, provocar infarto ou AVC. Quanto mais avan�ada a idade, maior o risco, observa.

    O Cardiologista afirma que � muito importante manter tamb�m os outros fatores de risco bem controlados. Al�m dos n�veis de LDL, � preciso controlar a glicose, a press�o, n�o fumar e reduzir o peso, quando estiver acima do preconizado. “Os alimentos ricos em colesterol s�o os de origem animal, leite e derivados, embutidos, frios, frutos do mar e gorduras saturadas presentes nas carnes gordurosas, leite de coco e �leos de dend�. Os �cidos graxos trans, encontrados na gordura hidrogenada (sorvetes, chocolates, bolos, margarinas) aumentam a LDL-c e o triglic�rides e diminuem o HDL-c, devendo ser desaconselhado seu uso.
    Sobre a necessidade do uso de medicamentos para pacientes com colesterol alto, o m�dico faz algumas pondera��es. “Embora exista algumas cr�ticas ao tratamento medicamentoso para pacientes que tem colesterol alto, a medicina, baseada em evid�ncias, trabalha com estudos cient�ficos que mostram que tratar colesterol com medicamentos para pacientes que tem risco alto ou muito alto para doen�as cardiovasculares � necess�rio, e reduz a mortalidade. O medicamento apontado pelas diretrizes europeias, americanas e brasileiras s�o as estatinas. Apesar de algumas contraindica��es, o benef�cio para sua utiliza��o � muito grande, e a redu��o de evento cardiovascular � indiscut�vel e comprovado cientificamente nesses estudos.”

    Ainda de acordo com Dr. Jos� Ronaldo, o objetivo do tratamento do colesterol � evitar eventos cardiovasculares e consiste em medidas n�o farmacol�gicas e medidas farmacol�gicas. “O tratamento n�o farmacol�gico s�o mudan�as no estilo de vida, o que passa por uma redu��o no consumo dos alimentos ricos em colesterol, pr�tica de exerc�cio regular, tanto exerc�cio aer�bico quanto exerc�cio resistido, manter o peso adequado, n�o fumar, entre outras atitudes. S�o mudan�as no estilo de vida, independente do risco cardiovascular, e isso � recomendado para qualquer pessoa.”

    J� no tratamento medicamentoso, o cardiologista afirma que � recomendado que seja feita a estratifica��o do risco cardiovascular do paciente, antes de ser recomendada a medica��o. “A Sociedade Brasileira de Cardiologia e a Sociedade Brasileira de Endocrinologia validaram uma calculadora que calcula o risco de a pessoa ter um evento cardiovascular nos pr�ximos 10 anos. S�o quatro categorias: baixo, intermedi�rio, alto e muito alto risco. Para cada categoria � recomendado uma meta de LDL, de acordo com o risco”, observa.
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    Segundo Dr. Jos� Ronaldo, antes de prescrever um medicamento para o colesterol, o m�dico tem que calcular este risco. “O primeiro passo � saber se a pessoa j� teve um evento cardiovascular pr�vio ou tem alguma doen�a ateroscler�tica grave, que � uma placa de gordura que obstrui mais de 50% da luz da art�ria. Se esse paciente tem mais de 50%, ele est� na categoria de muito alto risco, ou seja, tem uma grande chance de ter um infarto, fatal ou n�o fatal, um AVC, fatal ou n�o fatal, nos pr�ximos 10 anos. Com isso, o tratamento do colesterol tem que ser muito agressivo, a LDL-c dessa pessoa tem que ser menos de 50mg/dl. O outro passo � saber se o paciente � diab�tico. S� de ser diab�tico j� tem um risco intermedi�rio. O terceiro passo � saber se ele tem doen�a ateroscler�tica subcl�nica, fun��o renal diminu�da, aneurisma de aorta abdominal ou a LDL-c maior ou igual a 190mg/dl. Se ele tem, tamb�m � considerado um paciente de alto risco. O quarto passo � ver a idade, quanto maior a idade maior o risco de o paciente ter evento cardiovascular. O sexo, porque a doen�a varia entre sexo masculino e feminino. Se o paciente � hipertenso, e se j� toma ou n�o medicamento para a press�o alta, se � tabagista. Se o paciente tem baixo risco, h� a recomenda��o de mudan�a no estilo de vida por seis meses, se ele n�o conseguir atingir a meta, ter� que iniciar o tratamento medicamentoso. Se � de risco intermedi�rio, a mudan�a do estilo de vida ser� por tr�s meses para atingir a meta antes de iniciar o tratamento medicamentoso, e os pacientes de alto e muito alto risco j� � recomendado tratamento medicamentoso desde o in�cio”, esclarece.

    Sobre o efeito das estatinas, o cardiologista diz que existem as de baixa, intermedi�ria e alta pot�ncia.

    “Outros medicamentos s�o a ezetimiba, que diminui a absor��o de gordura no intestino, e pode ser associada � estatina quando s� a estatina isoladamente n�o consegue atingir a meta. Os inibidores da PCSK 9, tamb�m podem ser associados � estatina quando a meta tamb�m n�o � atingida isoladamente e na hipercolesterolemia familiar. Essas s�o as tr�s classes de medicamentos mais utilizadas atualmente no combate ao colesterol. As estatinas s�o as drogas de escolha, e n�o � adequado passar a estatina sem fazer a estratifica��o do risco cardiovascular do paciente. Mesmo com a diminui��o nos �ndices, tem que continuar lutando para manter o colesterol dentro da meta. Os pacientes de alto e muito alto risco ter�o que tomar estatina por tempo indeterminado”, salienta.

    Dr. Jos� Ronaldo afirma que a principal causa de morte no mundo, considerando ambos os sexos e todas as idades, � o infarto agudo do mioc�rdio, enquanto a segunda causa � o acidente vascular cerebral (AVC).� “Essas duas doen�as t�m em comum o fato de serem causadas por fatores de risco que s�o comuns e acarretam as duas doen�as, que s�o o colesterol aumentado, a dislipidemia, a hipertens�o arterial, o diabetes mellitus, a obesidade, o tabagismo e o sedentarismo.

    Quando a gente fala em mudan�a no estilo de vida � no sentido de diminuir a preval�ncia dos fatores de risco para diminuir a incid�ncia de doen�a cardiovascular, que s�o as doen�as que mais matam no mundo inteiro. � muito importante a preven��o e a promo��o da sa�de. Para prevenir as duas maiores causas de morte no mundo temos que� combater os fatores de risco. � importante o papel de uma equipe multidisciplinar para fazer esse acompanhamento, cardiologista, cl�nico geral, endocrinologista, educador f�sico, nutricionista. Trabalhar todos os fatores de risco para evitar que a pessoa tenha um infarto ou AVC”, finaliza.

    ���������������������������������������������������������������������������������������������������������� � � � � � � � � � � � � �� ����� Renato Rodrigues Delfraro

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