�ltima Edi��o
Especial 2021
Especial 2021

Saúde

Mãos dadas Mãos abençoadas - Amor que transforma vidas

  • Ana Paula M�dici Assun��o
  • Motivadas pela vontade de fazer o bem aos mais necessitados, um grupo de mulheres resolveu unir forças para realizar uma série de trabalhos voluntários, que vai desde o apoio a pacientes do Hospital Regional do Câncer até a assistência a famílias carentes.

    Na foto, algumas integrantes do grupo.  Em pé da esq. para a dir.: Paula Peres, Gleyna Reis, Giovanna Simão, Débora Maia, Eloisa Silveira. Sentadas da esq. para a dir.: Tânia Mara Andrade Castro, Ana Paula Assunção e Ana Paula Freitas. Atualmente o grupo é composto por 34 mulheres.
    Na foto, algumas integrantes do grupo. Em p� da esq. para a dir.: Paula Peres, Gleyna Reis, Giovanna Sim�o, D�bora Maia, Eloisa Silveira. Sentadas da esq. para a dir.: T�nia Mara Andrade Castro, Ana Paula Assun��o e Ana Paula Freitas. Atualmente o grupo � composto por 34 mulheres.

    �

    �

    �

    O projeto “M�os Dadas, M�os Aben�oadas”, surgiu em mar�o de 2017. Idealizado pela advogada Ana Paula M�dici Assun��o, o grupo logo ganhou a ades�o de outras mulheres que j� tinham interesse pelo trabalho volunt�rio. Atualmente o projeto � composto por 34 mulheres, que contribuem com a quantia de R$20,00 por m�s, e que se organizam de forma coletiva para realizar diversos trabalhos volunt�rios em Passos.
    O grupo faz um trabalho de apoio com as crian�as que fazem tratamento no Hospital Regional do C�ncer (HRC) e visitam fam�lias necessitadas em diversos bairros da cidade, e at� na zona rural. “A gente ficava sabendo pelas m�dias sociais de fam�lias que precisavam de ajuda, ou atrav�s da Igreja, j� que todas do grupo s�o muito religiosas, mesmo professando religi�es diferentes. Entre as regras do grupo est�o a n�o publica��o de fotos sobre o trabalho, at� para n�o expor as pessoas que recebem a ajuda”, explica Ana Paula.
    Uma das primeiras inciativas do projeto foi fazer a doa��o de um ipad para as crian�as que est�o internadas no Hospital do C�ncer, como forma de preencher o tempo delas e de levar um pouco de alegria e distra��o para essas crian�as, j� que passam a maior parte do tempo, quando n�o est�o em tratamento, sem ter o que fazer. Foi quando o grupo recebeu o convite para coordenar a brinquedoteca do Hospital do C�ncer.

    .

    �

    “� mais do que um trabalho volunt�rio, � um compromisso!

    A gente se apaixona pelas crian�as, elas est�o ali passando por um tratamento muito pesado, � necess�rio esse apoio. Para quem ajuda no Hospital do C�ncer s�o necess�rios uma s�rie de procedimentos, tem que passar por um treinamento, ter orienta��es sobre como lidar com as crian�as. Tivemos que tomar vacinas, existem muitas regras que t�m que ser respeitadas. Tem que ter muita responsabilidade”, afirma Ana Paula.

    “Eu vou para ajudar e saio ajudada. A gente tem que agradecer por tudo que n�s temos, pois quando a gente v� a luta dessas crian�as pela vida e de suas fam�lias, a gente passa a enxergar a vida de um jeito diferente, e percebe que os nossos problemas s�o muito pequenos. N�s recebemos todo o suporte dos profissionais do Hospital do C�ncer, psic�loga, terapeuta ocupacional, que nos d�o o suporte necess�rio para que a gente possa fazer esse trabalho”, ressalta T�nia Mara Andrade Castro, uma das integrantes do grupo.

    As volunt�rias que ajudam no Hospital do C�ncer v�o em grupos de duas ou tr�s, uma vez por semana, j� que com menos pessoas � mais f�cil para dar uma aten��o maior para as crian�as, brincar com elas. O grupo tamb�m procura dar apoio aos pais das crian�as que est�o internadas e demais familiares. “O mais importante � o v�nculo afetivo que a gente desenvolve com as crian�as e com as fam�lias, n�o tem como n�o se envolver emocionalmente, os pais desabafam com a gente. Cada uma de n�s cria uma afinidade especial com essas crian�as”, ressaltam.
    “� muito gratificante ajudar tanto no Hospital do C�ncer quanto as fam�lias. Hoje a gente n�o consegue ver uma pessoa em situa��o de dificuldade e n�o se emocionar. A gente n�o consegue ver uma crian�a passando fome perto de um restaurante e n�o se comover”, afirma Paula Castella Peres, outra integrante do grupo.

    “S� de ouvir, de conversar com essas pessoas elas j� ficam felizes. Os pais ficam l� o dia todo, sem ter o que fazer, � muito bom dar esse apoio, esse ombro amigo para os familiares, quando tem uma doen�a na fam�lia � muito do�do para todos os parentes, eles tamb�m precisam desse apoio”, destaca T�nia.

    A assistente social D�bora Maia Lemos Cris�stomo � a respons�vel por coordenar o trabalho de apoio �s fam�lias carentes. As visitas s�o feitas nas casas das pr�prias fam�lias para verificar a real situa��o de como elas vivem, e quais s�o suas necessidades mais urgentes.
    �

    .

    �

    “N�s procuramos ajudar e ao mesmo tempo fazer uma s�rie de esclarecimentos sobre os direitos que essas pessoas t�m, e elas n�o sabem. N�s esclarecemos sobre alguns programas do Governo, como o Benef�cio de Presta��o Continuada (BPC) que garante descontos nas contas de �gua e energia el�trica, ou quando est�o com a pens�o aliment�cia atrasada, entre outras situa��es. N�s procuramos encaminh�-las para os �rg�os de apoio e ajudar no que for preciso. Fazemos doa��es de roupas, cestas b�sicas, produtos de limpeza, encaminhamento para a coloca��o de pr�teses, sempre procurando amenizar as lacunas existenciais t�o frequentes nos dias atuais”, salienta D�bora, que afirma ainda que em alguns casos o grupo j� ajudou pessoas at� a conseguirem emprego.

    O grupo j� realizou trabalhos em algumas entidades, como o Recanto Geri�trico, Creche Santo Agostinho, Cantina Dona Bernadete Lemos, Lar S�o Vicente de Paulo, entre outros. Elas tamb�m recebem apoio de empres�rios e pessoas dispostas a ajudar.

    “Hoje podemos dizer que estamos plantando uma semente do bem, nosso trabalho ainda � pequeno e limitado pelas condi��es, mas j� chama a sociedade a uma conscientiza��o, a n�o ficar indiferente diante das situa��es de injusti�a social que se apresentam. N�o buscamos qualquer reconhecimento, apenas cumprimos com nosso dever de transformar esse mundo em um lugar melhor para as futuras gera��es, mas buscamos sim, estimular que novas pessoas tenham esta mesma iniciativa de estender a m�o aos pobres e exclu�dos, transformando nossa realidade de indiferen�a em algo mais humano e solid�rio, onde os valores possam ser resgatados para que isso transforme n�o s� o mundo em que vivemos, mas principalmente cada um de n�s”, finalizam as integrantes do “M�os Dadas, M�os Aben�oadas”.

    �

    Renato Rodrigues Delfraro

    © 2019 Foco Magazine. Todos os direitos resevados.