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J� � vis�vel, h� alguns anos, que a longevidade das pessoas est� tendo um aumento gradativo. De acordo com o censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica), a popula��o de idosos no Brasil subiu de 3,9% para 5,1% e constatou-se que a m�dia de idade das mulheres brasileiras passou de 63,9 para 77 anos, enquanto a dos homens passou de 66,3 para 69,4 anos.
Com o aumento dessa expectativa de vida, v�rias gera��es ir�o viver simultaneamente: pais com filhos, av�s com netos, bisav�s com bisnetos. Ser�o diversos conhecimentos sendo repassados de gera��o para gera��o em um mesmo momento, o que � bastante enriquecedor, culturalmente dizendo.
O idoso no Brasil � visto pela maioria da popula��o como algu�m fr�gil e que requer muitos cuidados, por�m, a terceira idade tem ganhado cada vez mais independ�ncia. O fato � que a idade chega para todos, e com ela, novas dificuldades surgir�o, mas � poss�vel envelhecer com qualidade de vida.
Em termos gerais, qualidade de vida na velhice est� associada � vida ativa: busca por h�bitos saud�veis, como atividade f�sica, alimenta��o saud�vel e a manter a mente estimulada sempre. Outro fator importante � qualidade de vida na terceira idade s�o as rela��es sociais: isso significa contato com a fam�lia, amigos e colegas de trabalho.
A fam�lia � a primeira rede de apoio que o idoso pode encontrar assist�ncia �s suas necessidades e dificuldades. Tendo em conta estes aspectos, a fam�lia representa um meio protegido, onde o idoso pode manter um papel ativo e importante, se os restantes membros da fam�lia estiverem despertos para estas situa��es.
Quando considerado, o idoso �, n�o s� uma refer�ncia em n�vel de conhecimentos e aconselhamento, mas uma pessoa que viveu mais e possui uma experi�ncia de vida que deve ser valorizada, como tamb�m uma mais-valia na participa��o, nos cuidados e contato com as gera��es mais novas. Ser uma av�/av� participante, no seio da fam�lia, representa uma fonte de gratifica��o para o idoso e um importante la�o estruturante na educa��o dos mais novos. Para o idoso, tudo isso lhe garante certa seguran�a que talvez n�o teria se estivesse em outro contexto.�
Para o idoso, a fam�lia � o principal objetivo e fonte de amor, carinho e companhia. O apoio familiar ofertado na forma de amor, afei��o, cuidado e suporte social faz a pessoa idosa acreditar que � amada e estimada, e esta atitude pode causar efeitos positivos em sua sa�de. A fun��o da fam�lia � oferecer: prote��o, afeto, intimidade e identidade social. O v�nculo familiar tem consequ�ncias positivas na sua sa�de, causando o bem-estar que se relaciona com a longevidade.
� na fase do envelhecimento que acontecem as confus�es mentais, a perda da funcionalidade, a perda do parceiro, entre outros. E � a� onde � importante observar a nutri��o, a fisioterapia, a socializa��o, as atividades como: jogos, bordados, pinturas, aulas de dan�a, bingo, ca�a-palavras, leitura, dentre outras. Cuidar do ser como um todo (f�sico, mental, social, emocional).
A socializa��o do idoso o mant�m ativo, por isso a import�ncia das atividades sociais e culturais que geram sentimentos positivos, para se evitar a depress�o e a inutilidade do idoso. Isso faz com que a pessoa necessariamente se comunique com o pr�ximo, estimulando a sua fun��o cognitiva.
Durante a socializa��o o idoso treina a capacidade de ouvir, de prestar aten��o e de controlar a ansiedade.
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PSICOLOGIA PODE CONTRIBUIR PARA QUALIDADE DE VIDA DOS IDOSOS
Al�m da base familiar e sociol�gica, os idosos t�m recorrido � terapia, tendo eles seus 65, 70, 80 anos ou mais. H� um crescimento nos consult�rios e � mais uma atividade de prazer para eles, a “psicoterapia”. O psic�logo � um cl�nico da alma, visita “universos diferentes” e para o idoso essa fase da vida descortina o processo em que v�rias quest�es se imp�em, tais como a finitude, sentimentos intensos de tristeza, solid�o, depend�ncia, insatisfa��o, as limita��es do corpo, com a percep��o de perdas ou decl�nios em suas fun��es e mesmo o aparecimento de doen�as; perdas de diferentes ordens, tais como: mudan�as em seu lugar na sociedade, de produtivo e mais valorizado, para outro menos ativo e muitas vezes considerado de menor valor social.
Como psic�loga, vejo o quanto o amor � importante e necess�rio, seja ele de que forma chega: o amor de m�e, de pai, de filho, de irm�o, ao pr�ximo, ao idoso. Todo ser humano (da crian�a ao idoso), que � amado, valorizado, tem tudo para ser mais feliz, desenvolver-se bem emocionalmente, mesmo com todas as dificuldades vividas. O crescimento emocional, da pr�pria autoestima, caminha lado a lado com o amor de “ser”, de doar, de compartilhar e n�o do “ter”.
A possibilidade de reconstruir sua pr�pria hist�ria de vida, restaurando-a, permite ao idoso sentir-se vivo, sentir que sua hist�ria lhe pertence. O modo como o idoso puder lidar com o confronto de valores vivenciados, com as mudan�as percebidas, influenciar� a maneira como ele ir� experimentar o envelhecimento, de uma forma mais positiva ou mais sofrida. Nesse sentido, a psicoterapia pode contribuir, possibilitando viver as transforma��es necess�rias, com seus respectivos lutos, e possibilitando se recompor, conviver com essas mudan�as ps�quicas, f�sicas, sociais, abrindo-se para um desconhecido e novo ciclo da vida, ressignificando-o e se adotando a nova experi�ncia conquistada. O fato � que, o envelhecer � para todos n�s! E envelhecer cercado de respeito e amor, � o b�sico para atravessar a “terceira margem” do rio.
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por Let�cia Rodrigues Oliveira
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Assista ao v�deo do depoimento de cada uma das irm�s sobre seus gostos e atividades.