�“Ah, o laranja!” Todo o meu tempo em Passos abria minha janela, da ent�o minha casa, hoje casa dos meus pais, avistando um horizonte limitado. Tentava enxergar mais ao longe, mais distante. A m�xima de que "quem tem limite � munic�pio", nunca se fez verdadeira para mim pelo fato de enxergar em meu munic�pio uma imensid�o de limites. Limites estes os quais transbordei e fui em busca de ainda mais sonhos e a realiza��o dos mesmos. Assim, n�o respeitei os limites da minha Passos, transpus estes limites territoriais para um raio de abrang�ncia maior. Fui incisivo na escolha de cidade. Escolhi S�o Paulo, n�o quis nada menos do que o contraponto do que at� o momento havia vivido. Busquei em sua verticalidade o complemento da minha horizontalidade, at� ent�o avistada da minha janela. N�o me deslumbrei com o que vi, apenas soube aproveitar e dosar as in�meras oportunidades que se estenderiam dali para frente.
Quando aqui estou, sinto falta dali, quando estou c�, nunca me esque�o de l�. Em meio a esse malabares de emo��o construi minha extensa conurba��o. Organizo assim para me manter sempre pr�ximo e optei por pensar assim para me sentir sempre em casa. N�o deixei para tr�s minha hist�ria nem muito menos quem por ela passou ou ficou. Levo sempre comigo, em cada passo que dou, a lembran�a de tudo que por aqui cruzou. Minha mem�ria de elefante me faz sentir pequeno quando olho adiante e vejo. Nunca vi S�o Paulo como a selva de pedra que dizem, estere�tipos negativos nunca funcionaram para mim. Por que falar mal se podemos falar bem? Assim vi muita beleza em sua concretude vertical e ali me instalei e fiquei. Sempre rodeado de m�dicos na fam�lia optei por pender minha balan�a para outro lado. A publicidade me surgiu como uma ma�� que despenca de uma macieira, sem aviso pr�vio, mas com a precis�o exata do alvo pr� determinado e calculado.