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Especial 2021
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Arquitetura e Construção

Novos modos de viver, novos jeitos de morar

  • Até que ponto a arquitetura vem acompanhando as mudanças no modo de vida das pessoas? Quais são as atuais necessidades do morar?

    Novos modos de viver, novos jeitos de morar

     

     
    por Cristina Grilo e Maísa Grilo

    Vemos hoje uma grande mudança nas formações familiares, no estilo de vida. Falamos muito em sustentabilidade e tecnologias, mas quando pensamos no jeito de morar parece que falta muito para se conquistar um morar melhor, um viver melhor.

    A família nuclear não é mais a única referência quando se pensa em construir uma residência. O modelo tradicional (salas, copa, cozinha, lavanderia, banheiro, quartos e suíte) já não atende as necessidades e anseios de pessoas em constantes transformações.
     
     
    Parece óbvio, não é?
     
     
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    Mas o que vemos ainda é um grande número de pessoas construindo suas casas seguindo como modelo as casas dos vizinhos, revistas, etc...

    Fala-se muito em tendência, em moda; sim, inspirações são bem-vindas, mas a casa não pode ser só isso.
     
    Certa vez, Charles Moore escreveu que ‘uma boa casa não só fala do material que está feita, mas também dos ritmos intangíveis do espírito e dos sonhos da vida e das pessoas. Seu fragmento só é uma minúscula parcela do mundo real, mesmo que este lugar esteja feito para parecer um mundo inteiro’. (...) 
     
     
     
     
    “A habitação só satisfaz ao morador se o arquiteto, encarregado de proporcionar estes prazeres, conseguir interpretar as suas aspirações, suas necessidades físicas e psicológicas.
    Por isso as casas são diferentes. Por isso devem possuir personalidades diversas e adequadas aos moradores. 
    É necessário que a casa fale com os seus habitantes.”
     
    Temos lofts, casas itinerantes, casas containers, casas “Jetsons” com toda tecnologia disponível, casas autossuficientes, casas grandes e pequenas. Os espaços podem exercer várias funções.
     
     
    Um exemplo é a cozinha.
     
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    O espaço para cozinhar, em muitas casas, é onde tudo acontece, onde se recebe, onde a família se reúne. O cozinhar pode ser uma arte, um hobby, uma terapia ou um trabalho. Pode ser do tamanho da grande família, integrada a outros espaços, pode ser externa, ou pode ser pequena para aqueles que não fazem suas refeições em casa.

    Temos espaços ditos “gourmet” cada dia mais equipados para receber. Não existe uma regra, cada casa é única!
     
    Porque as necessidades são diferentes, as percepções são diferentes.
     
    Tem aquela turma do fogão a lenha, tem a do churrasco, do vinho, tem aqueles que produzem sua própria cerveja, temos os “chefs” de final de semana, e os do dia a dia. Gente que lê, que estuda, que pinta, que borda, que costura, gente que toca, que joga, gente que dança...
    Gente com muitos amigos. Gente sozinha. Gente com criança. Tem casa com muita gente, tem moradores que mal se encontram. Gente que ama bicho. Bicho que mora, bicho que vem e vai embora.
     
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    Somos tão diferentes, 
    porque as casas 
    estão ficando tão iguais?

     

     

     

    “O arquiteto tem o papel de interpretar e dar forma ao sonho. Supondo a existência de sonhadores de casas e construtores de casas, o que os une? Com frequência, uma casa é a interpretação dos desejos do usuário, mas em alguns casos o cliente acaba por viver em uma casa ideal para o arquiteto, ou então em um modelo que não atende suas reais necessidades e sim as de outras pessoas.” 

     

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    A retomada dos reais anseios físicos e psicológicos é um passo para que a casa sirva às aspirações humanas e poéticas.
     
    Verifica-se, então, que a grandeza da arquitetura reflete mais no poder de conceber ‘aquilo’ que é casa, do que a habilidade em se ‘desenhar’ uma casa.
     
    A casa só é desenhada depois de concebida e aí é que começa, então, o ato de se fazer arquitetura.” (Sylvio de Podestá)
     
     
    Veja mais fotos:
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