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Especial 2021
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Arquitetura e Construção

Um Jardim em Casa

  • Ter um jardim em casa é muito mais do que embelezar o espaço, é também melhoria do bem-estar e da qualidade de vida da família; e falta de espaço e manutenção para não ter um jardim são desculpas que não convencem.

     

     
    Juliano Alves Pereira
    Juliano Alves Pereira
    Engenheiro Agrônomo e Empresário

    A importância de construir um jardim em casa vai muito além do embelezamento. Segundo o engenheiro agrônomo e empresário do ramo de floricultura Juliano Alves Pereira, um jardim residencial traz inúmeros benefícios para os moradores: proporciona beleza, bem-estar, melhor conforto térmico com a absorção dos raios solares, aumento da umidade e qualidade do ar, proteção do solo, maior permeabilidade da água da chuva, alimento para os pássaros e, por isso tudo, um ambiente mais leve, colorido e harmonioso.

    Juliano Pereira explica como é possível ter um jardim em qualquer espaço da casa ou do apartamento e desfrutar de tudo de bom que as plantas oferecem. “O pouco espaço não é desculpa para não ter um jardim. Se faltam metros quadrados, as plantas podem subir pelas paredes. Uma boa ideia para varandas e apartamentos são os jardins verticais ou suspensos, onde podem ter formatos variados e abrigar diferentes espécies”, disse.
     
    Mas tem gente que resiste a esses espaços de cultivo de grama, plantas ornamentais e flores alegando o trabalho que terá com a manutenção e limpeza. Segundo o agrônomo, justamente os benefícios compensam o trabalho para conservá-los. “A beleza, o ar puro, o encanto das flores são riquezas para uma vida mais leve. Sem falar na valorização do imóvel. Sempre digo que o jardim não é um gasto, é um investimento do imóvel e na qualidade de vida”, garante.
     
    Para quem não tem muito espaço em casa, mas deseja ter um jardim, uma nova tendência do paisagismo para residências são os jardins verticais, que vêm crescendo junto com o ramo da construção civil e conquistando espaço nas residências, segundo Juliano Pereira.
     
    Os jardins verticais são painéis verdes ou montagens de vasos que emprestam vida a paredes e muros, em áreas internas ou externas. “Os jardins verticais têm o objetivo de integrar a natureza e a cidade. Combina funcionalidade, durabilidade e baixa manutenção”, diz.
     

    ESCOLHENDO AS PLANTAS

     

     
     
     
    Segundo o engenheiro agrônomo e empresário de paisagismo Juliano Alves Pereira, após a decisão de construir um jardim em casa, a pessoa tem que iniciar o seu planejamento, de preferência feito por um profissional competente. A calçada deve ser incluída no projeto, por ser importante para compor com o jardim, o canteiro do muro e árvores próximas ao meio fio. 
     
    Para todos esses casos, o empresário dá algumas dicas para você já ir imaginando como será o seu jardim. “É importante lembrar que para cada espécie há preferência de local, ou seja, sol pleno, meia sombra ou sombra total”, observa.
     
     
    Espécies
     
    A região de Passos tem um clima favorável para cultivar uma grande variedade de plantas, tanto da família das palmáceas (palmeiras), como das coníferas (tuias, ciprestes e pinheiros). Essas últimas de clima frio se adaptaram muito bem em nossa região. Prova disso são as espécies Cipreste italiano e a Kaizuka, plantas muito procuradas em nosso viveiro.”
     
     
    Frutíferas
     
    Um jardim pode também ter plantas que não sejam exclusivamente ornamentais. As plantas frutíferas são adequadas ao paisagismo, desde que haja espaço suficiente para seu desenvolvimento. Entretanto, o morador terá um pouco mais de trabalho com a limpeza das folhas e frutos que caem no chão, mas isso ocorre num curto tempo do ano, segundo Juliano Pereira.
     
     

    Calçadas

    “Para as calçadas, meu conselho é escolher o casamento ideal entre árvore/local, harmonizando a arborização com elementos urbanos como: fiação elétrica e telefônica, edificações, entrada de garagem, postes de iluminação, sinalização de trânsito. Onde existe rede elétrica, devemos escolher árvores de pequeno porte, como Ipê Mirim, Hibisco, Resedá. Já para calçadas onde não há rede elétrica, devemos optar por plantas de médio porte como Oiti, Quaresmeira, Chinus.”
     
     
    Flores duráveis
     
    Já quem deseja cultivar um jardim para apreciar por mais tempo a beleza e o perfume das flores, é bom pensar nas Ixoras, Hibiscos, Bougainville, Orquídeas Arundina, Strelitzia, Petúnias, Beijinhos. Os Antúrios e Spatifilum são indicados para áreas internas.

     

     
     
    Gramado
     
    Um bom jardim é também aquele que tem um gramado bem cuidado e saudável o ano todo, pois a grama é um forte elemento para decorar esse espaço de belezas naturais. 
     
    De acordo com Juliano Pereira, em Passos, a grama mais indicada para áreas sombreadas é a São Carlos, enquanto para locais com maior incidência solar a Esmeralda é a preferida dos clientes e a mais recomendada pelos paisagistas. Os motivos da opção pela Esmeralda são a beleza, rusticidade e a fácil manutenção. Mas é importante que o local tenha pelo menos cinco horas diárias de sol pleno para que a grama se desenvolva completamente.
     
    Já quem prefere um gramado com flores a opção é a grama Amendoim, que, no entanto, é bem mais frágil que as demais, por não resistir ao pisoteio.
     
    De acordo com Juliano Pereira, em Passos, a grama mais indicada para áreas sombreadas é a São Carlos, enquanto para locais com maior incidência solar a Esmeralda é a preferida dos clientes e a mais recomendada pelos paisagistas.
     
     
    Manutenção
     
    A manutenção de um jardim varia conforme a época do ano. Nos meses quentes, de setembro a abril, a manutenção é mensal. No período mais frio, de maio a agosto, uma vez a cada dois meses é o bastante.
     
     Já para os jardins que foram planejados com limitador de área, manta debaixo das forrações (seixos, argila expandida, granilhas), plantas de viveiros idôneos isentos de pragas e doenças, a manutenção é menor. O custo varia conforme o grau de infestação de pragas e doenças e o tamanho da área.
     
    Enio Modesto
     

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