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Mães de primeira viagem criam grupo para trocar experiências

  • O primeiro sorriso, a primeira papinha, a primeira vez que o bebê assenta sozinho e outros sinais de seu desenvolvimento são compartilhados pelos pais com amigos feitos através de um grupo de troca de mensagens pelo WhatsApp. É o grupo "Mamães-Corujas", criado por mães de primeira viagem que se sentiam inseguras com o novo papel na vida e encontraram nessa tecnologia de comunicação uma forma de falar de suas aflições.

    Mães de primeira viagem criam grupo para trocar experiencias

     

     
    A amamentação é o assunto mais comum entre as integrantes do “Mamães-Corujas”. Algumas se queixam de que o “leite pedrou”, outras falam que não estão produzindo leite suficiente e outras simplesmente não sabem direito como amamentar o recém-nascido. As jovens tratam também de enxoval, fraldas, promoções em lojas de artigos infantis, vacinas e, quando uma está entrando em trabalho de parto, todas permanecem vigilantes até o nascimento do bebê. 
     
    “Nós comemoramos juntas o que cada bebê faz: o primeiro sorriso, a primeira papinha, quando ele assenta pela primeira vez, o “mês-versário”(dia do nascimento comemorado todo mês), tudo é comemorado no grupo. Fazemos encontros mensais e os pais participam também e eles reclamam que a gente não se desgruda mais do celular (risos)”, diz Cloris Peixoto, modelo, estudante de direito e mãe de Ana Clara (cinco meses).
     
    Mães de primeira viagem criam grupo para trocar experiencias

     

     
     
    O “Mamães-Corujas” também contribuiu para criar novos amigos, pois seus membros não se conheciam antes do grupo, que foi criado por Camila Marques, mãe de João, e Jéssica Meyer, mãe de Antonia - ambos com cinco meses. Quando a filha de Jéssica nasceu, as amigas acompanharam, online, o parto a madrugada inteira. “Foram umas dez horas de parto e nós esperando para ver a foto, para saber do peso do bebê... E o marido dela (Marcelo Guiguer) ficava mandando notícia pelo WhatsApp da sala de parto”, recorda Cloris.
     
    “O grupo me ajudou a ter mais segurança, porque eu fui vendo que todo mundo tinha o mesmo medo que eu”, revela Carolina Barbosa Silveira, mãe de Alice, de sete meses. Ela conta que embora seja médica, a maternidade era um fato novo em sua vida e, por isso, precisava de ajuda.
     
    O “Mamães-Corujas” tem 16 membros, incluindo duas gestantes, com bebês de zero a oito meses de vida. A maioria é de mães iniciantes, predominantemente de Passos (12), mas tem gente também de São Sebastião do Paraíso, Itaú de Minas, São Roque (SP) e Ribeirão Preto. 
     
    Mães de primeira viagem criam grupo para trocar experiencias

     

    Até a formação do grupo, nenhuma delas se conhecia e demoraram sete meses para se ver pessoalmente, quando realizaram o primeiro encontro. “O melhor do grupo é que cada uma tem um jeito de cuidar do bebê e nenhuma critica a outra”, diz Cloris. “É uma maneira muito boa de trocarmos experiência. Quando o bebê acorda para mamar, ‘rola’ conversa lá (no grupo)”, acrescenta Carolina.
     
    As mamães-corujas começam a se comunicar ainda na fase de gestação, passando pelo nascimento dos filhos, e prosseguem durante o crescimento deles. Compras de enxoval e fraldas, aplicação de vacinas e as dolorosas cólicas deixaram de ser motivos de preocupações e dúvidas porque cada mãe ou futura mãe dá sua cota de contribuição para esclarecer, informar, ensinar ou simplesmente opinar. 
    “Mesmo não sabendo o que fazer, tem gente que dá pitaco em tudo”, diz Cloris.
     
    Como médica, Carolina dá suas orientações na área da saúde, especialmente para as gestantes e sobre os primeiros cuidados (puericultura) com o recém-nascido. Sobre as dificuldades com a amamentação, por exemplo, ela dá suas orientações para aquelas com o “leite pedrado” – que em termos médicos é o ingurgitamento mamário, isto é, excesso de leite nas mamas. Não deixar o peito encher, molhá-lo com água morna e extrair o excesso com a bombinha manual, são alguns procedimentos para normalizar o aleitamento. 
     
    Mães de primeira viagem criam grupo para trocar experiencias
     

     

     
    Cloris e Carolina concordam que o grupo “Mamães-Corujas” possibilitou a criação de vínculos de amizade entre os pais que poderão contribuir para o desenvolvimento social deles, compartilhando, no futuro, amizades, escola, etc. “Esperamos que sejam amigos no futuro, porque todos são da mesma geração. Estamos formando um vínculo social muito forte”, analisa Carolina.
     
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    Quem são os pais e filhos no Grupo “Mamães-Corujas”
     
    Quem são os pais e filhos no Grupo Mamães-Corujas

    Cloris Peixoto e Willy Araújo – Ana Clara
    Marília Calixto e Fernando Arantes - Aurélio
    Carolina Silveira e Lucas Faria – Alice
    Renata Bernardes e Hamilton de Oliveira – Helena
    Jéssica Meyer e Marcelo Guiguer – Antonia
    Ana Paula Sousa e Douglas Assis – Lorena
    Camila Marques e Fábio Lopes – João
    Sarah Coelho e Tulio Soares – Lavínia
    Laís Reis e Paulo Roberto Danziger – Maria Paula
    Fabiele Vaz e Marcos Flávio Mattar – João Lucas

    Mikaella Moraes e Rafael Oliveira – Rafaella
    Ana Paula Teixeira e Robson Messias – João Gabriel
    Trícia Ferreira e Nikols Mendonça (gestante de) – Enrico
    Jessica Oliveira e Pedro de Maio (gestante de) – Theo
    Fernanda Nantes e Caio Donnabella - Luísa
    Luciane Uchoa Melo e Cleber da Cunha Soares Filho – Bernardo
     
     
     
    Enio Modesto

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